sábado, 25 de fevereiro de 2012

Respirar-te-ei




Enquanto o sol se acalma ao esperar que a lua chegue continuo aqui sentado no chão da sala tentando entender por quantas vezes esperar-te-ei até que resolvas dar o ar da graça. E até que perceba que tinha um encontro acendo - cigarros que me são incensos, borrifo seu perfume pelas almofadas e vou deixar o seu cheiro se espalhar em mim. Faço uma xicara de café e deposito-a sobre a mesa, deixo os cheiros irem se misturando e vou criando o script de tudo o que faríamos; de como te diria "eu te amo", de como te deixaria completamente excitado e depois cortaria completamente o seu barato dizendo que queria apenas dormir de conchinha. Só esta noite. 

E no meio dessas minhas atitudes me pergunto o motivo pelo qual ainda luto por nós, querido. É bem claro que eu te amo de forma que ninguém nunca vai conseguir, que todos os meus esforços e a minha vista grossa para teus erros é o mais belo sinal de que posso suportar qualquer coisa vinda de você contanto que chegue antes das três e meia, tome banho para tirar o cheiro de outrem e me abrace. 

Já me falaram que existem outros, mas se outros me fosse o suficiente para suprir a ti não teria coragem de trocar. Na verdade, não perdoaria a mim por ter acabado conosco. Nunca. E é por isso que continuo a nos empurrar assim vagarosamente até o momento em que você vai partir sem que eu tenha de ter o peso de ter proporcionado a tua partida. Assim você vai, e sabe, não vais fazer falta. Já faz tanto tempo que aprendi a te respirar que teu corpo é apenas um complemento dos meus sonhos ... sonh... son... sonos.

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