quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Uma tal de Carta Pública

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSunshine,

ㅤㅤㅤㅤE te esperei ansiosamente está manhã pra poder ver essa tua pele que me faz render tudo o que há, me faz respirar esse cheiro que emana e entranha nas paredes do meu quarto quando você sai. Admiro-te sob a luz fraca, que transpassa o vidro da janela e a cortina, tua pele é incrivelmente excitante. A cama estava fria sem você, sem teus olhos e sem teus lábios. Estava tudo sorrateiramente vazio, até a sombra que malandrava na parede era sem nexo. Então me vens com esse sorriso, és sutil no toque e me abraças. Cuidas de mim. 
ㅤㅤㅤㅤMeus dedos estavam vazios faz tão pouco e logo se encheram de você, do seu corpo. E na tua curva fiz escorrego, nos teus olhos descobri o melhor dos esconderijos. Sobre o efeito do fogo que crepitava me deixei entorpecer. Nos labirintos mais fundos de ti vasculhei e achei a forma mais linda de você, achei enquanto a lente da minha câmera teimava em lutar pra não registrar esse seu sorriso, esse seu desconcerto. Depois deitei, sonhei, refleti: 'Talvez a câmera estivesse certa, algumas das memorias devem ser marcadas apenas para si.'
ㅤㅤㅤㅤE é essa tua beleza que me soa assustadora que eu temo. É não saber lidar com isso, assegurar isso. É o medo de nunca ser bom o bastante, de nunca beijar tão bem. O medo é que esse amor que transborda de mim não seja o suficiente, mesmo tu me falando tantas vezes que vais ser meu, és meu, fostes meu sempre. E sussurro no teu ouvido, apenas movimentos os lábios: Ama a mim e ao meu corpo, toma do meu e tomarei dos teus sabores.
ㅤㅤㅤㅤSob as estrelas tu me fazes sol na terra, que queima, arde e vive de erupções magnificentes. Faz com que eu vá de encontro com ninfas, que as minhas crenças sejam as mais reais. Um turbilhão de sentimentos. Tu és meu narrador e faz os sonhos mais sutis serem tão piamente concretos. E temo pelos contos de fadas, é verdade mesmo que eles são felizes para sempre? 
ㅤㅤㅤㅤE me tomas, me perdes. E logo tu que me tiras o medo e me abraça em meio à multidão pra poder gritar: Eu te amo. E se não sabes, te admiro apenas, silenciosamente, fervorosamente, para dizer: Eu te amo, pois transformastes meu efêmero em cordial amor, e me fizeste acreditar que há vida em mim e poderei queimar o quanto a tua lenha permitir. 
ㅤㅤㅤㅤTalvez você não saiba, talvez ninguém saiba, mas não quero mais nada além de você. Por quanto tempo puder, por quanto tempo der. Por essa eternidade toda, que não se mede, Sunshine...

ㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ 
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ Com carinho,

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ 
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeu amado

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Carta ao Desconhecido Principe


E remeto ao medo. Sim, isso tudo é um medo importuno que não consigo se quer segurar dentro de mim. Logo depois que ele chora, as minhas lágrimas caem e escorrem de encontro ao mar. Ela, que me olha tão atentamente, apenas se curva para todas as lágrimas guardar. Lágrimas de um filho não se mistura a imensidão, diz. E meus dedos calejados de tanto dor, agora acariciam o rosto dele com uma delicadeza imensa. O prometido. E as lágrimas dele se misturam ao mar, ela se nega a guardar.
Então vejo você príncipe, vejo você que com tanto poder nas mãos nunca soube o que fazer. Você que soprou no vento esse amor que lhe pertencia, que surtou e partiu ao meio o coração da minha pequena donzela. Mas veja! Veja apenas onde ela veio parar. Esses sãos os braços magrelos do bobo da corte, esses são os cabelos desgrenhados, o sorriso relevantemente tão cheio de dentes tortos e de um nariz tão anormalmente grande, esse é o rosto onde a beleza não se permite conceituar. Veja apenas onde ela veio se acolher.
A solidão é um prato que se come sempre, digo bobo, louco, furtivo. E foi assim que aprendi o valor das tão pequenas coisas. Veja só, você sabe mesmo o que é o amor? Você sabe mesmo o que se chama essa confusão de sentimentos que lhe habita agora, pequeno príncipe? Se você perdeu? Não, não estamos em um jogo. Ela não é um prêmio de consolação. Mas entenda, você o deixou ir como a carta de um baralho que estava ai em sua mão e até que um dia você permitiu que o vento carregasse-o.
Olha onde ele veio desbragar. Nos pés de quem agora dança entre armadilhas.
E tenho pena dos teus conceitos, das tuas loucuras, da tua insanidade. Clamo apenas para que a mãe dos mares acalme teu coração, te entregue um bom presente.  Na verdade, essa é minha ladainha mentirosa. No fundo, te desejo dor, morte, esfacelamento do coração. Mantenho-me nessa linha tênue, mas você vai arrumar um caminho longe do meu. Você vai arrumar uma nova donzela. Acredite, estou clamando por isso. Estou clamando para apenas que seu caminho se desencontre com meu, mas tome cuidado para não desaguar no mar... Ela não gosta de quem tira água dos olhos de seus filhos. 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Toalhas de mesa rasgadas



Faz um sol tão forte lá fora. Digo, chove lá fora tão bruscamente. Minto, faz uma ventania tão forte. Sinto que é noite e esses são só desejos insanos. Pobre. Pobre criança. O desejo aflito consome cada parte de mim, enquanto sorrio vagamente ao sol. Me pego desejando uma festa grande, copos de plástico, cabra cega, maconha, prostitutas, bebidas e um bom indie rock pra animar as coisas na medida certa. Ver todos assim dançando e sorrindo, cantando e pulando. Apenas sentir lhes a felicidade brotar e queimar em chamas altas e balanceadas. Encantadoras.  
Eles são tão sorridentes. Perguntam a mim : “Você já viu a lua hoje?”, ainda estou em duvida se é dia ou noite. Devo ter bebido um gole dessas misturadas que o chefe fez. E olhe só, o chefe chegou e me abraçou, sorrio e demos voltas no eixo de nossos corpos. Ele sorria pra mim tão claramente. Vestiu sua fantasia, me fez vestir a minha e nos jogamos na piscina sem lembrar que os celulares estavam ainda aqui no bolso. Imbecil. Ele me grita o mesmo xingamento por oras, até me abraçar forte e desejar um beijo. Nego.
A noite parece ter acabado de começar, mas consulto o relógio e novamente já passa das dez da manhã. Grito correndo com a garrafa de vodca pra cima que tá na hora, tá na hora, tá na hora, tá na hora. E eles fazem fila, tomam seus comprimidos, fumam seus cigarros, tapam as bolas, somem sob as mesas. Bad trip o que essa menina, levanta a porra da bunda dessa cadeira e vem dançar. É a última, última, música. Pula, grita, a tua mãe tá chegando ai. Vamos lá eu sei que consegue.
E pisco três ou quatro vezes, parece que todos já se foram. Só sobrou uma mocinha ali. Tão delicada, tão imperfeitinha. O que ela faz mesmo aqui? Nem lembro de tê-la convidado. Sorrio e ela me devora. Sim, ela era uma maquina preparada ao ataque. Sussurrou-me que estava me desejando desde o natal de noventa e três e agora eu não iria escapar. Sob a pele da ovelha havia um leão. E devorou-me a noite inteira. Sem pudor.
Menina má. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Devaneios Trancafiados




... e tranquei o coração, com você dentro, joguei a chave fora. Ainda que sair?
E aguardo ansioso na porta, de pé. Sinto o cheiro do incenso que se debate e reluta contra o ar dentro dos aposentos vazios.  Teu ídolo toca na vitrola logo ali no canto da sala. O colchão está jogado na outra parede com lençóis limpos, almofadas novas. E ainda te espero de pé na porta, constando no relógio de bolso que já me atrasou dois minutos e meio. Não sei, mas a impaciência é grande quando os minutos se tornam horas . Isso sempre ocorre quando te espero, os segundos são demasiadamente longos e nossos momentos parecem tão sorrateiramente efêmeros.
Então não te demoras mais que três minutos de atraso, logo trás esse conforto para dentro de mim. Toda essa confusão. Faz-me tomar um gole, dois, das tuas bebidas mais fortes; teus sorrisos, tuas gargalhadas, teu toque, teus olhos que se debruçam sobre os meus e toma o meu folego com uma facilidade incrível. Consome o meu ser inteiro e respiro a tua pele e dela retiro a essência que preservo tão fundo em mim, tão guardado, para que todas as noites o sono seja leve, seja doce. Seja, até mesmo ele, teu.
Todas às vezes quero poder gravar a tua voz, quero poder escutar você me cantando, me retirando do serio, me forçando a rir com tantas crises de ciúmes consecutivas. Olho-te no fundo dos olhos e quero te sugar inteiro, te guarda em um pontinho, te preservar e te ninar todas as noites. Desejo o teu corpo quente desconcertando o meu, tuas provocações que me corroem em desejo.
Então chegas, nesta noite fria, e me olhas. Tanto tempo faz desde nosso ultimo encontro, mas sei exatamente o estado de cada poro da tua pele, dos teus pelos, do teu sorriso. E recosto a cabeça na porta pra poder te olhar. Quanto tempo faz desde que você chegou? Parecem horas, esses minutos que passamos aqui nos olhando. Selas nossos lábios.
Estou em casa.
Tomo as tuas mãos na minha, aconchego o teu corpo ao meu, que como em um encaixe perfeito de quebra-cabeça, se completa ao meu. Risonho, te faço rodar no ar, dançamos atentamente. Desfiz-nos das roupas, dos sapatos, das barbas e do sono. Dançamos e cantamos, você gira e sorri, me faz caretas e logo pinta com nossos corpos as paredes da sala, do quarto, da cozinha e os limpa no banheiro, em um banho demorado de espuma.
Devaneio.
Sorrio, balançando a cabeça vagarosamente. Me pego olhando pela janela os carros passarem na avenida, me pego desejando você de uma forma tão forte que sinto teu cheiro aqui impregnado nas minhas roupas de cama, na caminha camisa bufenta, nos meus dedos. Ainda consigo lembrar de cada momento desde a última vez que você veio me desejar bons sonhos. As paredes ainda estão impregnadas de ti, eu ainda estou. Que forte você, não? Tão impregnado aqui em mim, mesmo depois de tantos dias.
E continuo olhando, sentindo, sorrindo. Teu reflexo no espelho me abraçando, teus carinhos de boa noite, teu ninar e tua voz doce que rompe meus medos, me injeta força. Tão sorrateiramente me invades todas as vezes que me contas sobre teu dia, quando te irritas, quando escuto a mais linda de todas as risadas. E me tomas, me recrutas. Sou teu e apenas.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Pitoresco



E te olho nos olhos. Fundo. Calmo. Sereno. Jogo-me dentro, profundo, no fundo dos teus olhos. Sinto tua pele, tão anormalmente mais quente que a minha, me tocar e me sussurrar esse amor inteiro que já gritas em um silêncio surdo. E tomo a tua mão nas minhas, tomo o teu corpo no meu. És meu, inteiramente, não te deixo repartir com mais ninguém. E te aperto contra meu corpo, te domo. Meu. E novamente me passa pela mente os medos de sempre. Quase choro. Quase soluço. É forte, é impossível de não pensar, mas logo quando você me sussurra que está tudo bem meus devaneios se vão. Tomo teu corpo no meu e caminho.
Meu sorriso é pouco, meu corpo ainda não reage tão bem. Sinto-me dormente. Você não entende, querido, mas isso é tão forte que até agora parece um sonho bom que logo vai ter fim, que logo vou acordar. Escuto as tuas músicas preferidas e tento não chorar, tento controlar a vontade louca de te ter por perto. A saudade já é tão forte, mesmo você tendo acabado de me beijar os lábios. Quero você aqui pra sempre, mas isso você já me prometeu. Sabe cumprir promessas?
Você entende o quanto ainda é estranho? Você entende que me joguei de um prédio alto de vários andares sem pestanejar? Você entende que os outros não me fazem sorrir enquanto volto no ônibus pensando em você, os outros não me fazem um bem, não me tiram medos, não me sussurram eu te amo apenas com a pele quente sobre a minha. Você entende? Você entende que vou de contra os meus princípios, contra a sociedade? Apenas por você.
Novamente sussurro calmo um eu te amo ao vento, para que dessa vez ele possa te entregar de forma a impregnar as tuas entranhas. De forma a te fazer entender que me perder em ti é desejo solido e não há outro alguém, nem mesmo ela rainha dos meus mares, que me faça te tirar de mim.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Despedidas




Chove lá fora. Acho que vou fechar a janela e abrir a porta. Fechar a janela pra ver se essa chuva para de invadir e escorrer pelos cantos da janela, louca pra me tocar. Vou abrir a portar pra ver se você chega logo, pra ver se me guarda em ti. Coloquei a vassoura virada de cabeça pra baixa por trás da porta pra ver se consigo mandar a chuva, que se joga aqui dentro, pra fora. Quero você dentro, pra aquecer meus pés. Beije-me os lábios. Dentro pra poder me sussurrar loucuras de amor.
E vejo o apartamento vazio. O edredom é companheiro de alma. A água ainda escorrer pelas veredas, entre as cerâmicas esverdeadas. Choro. Junto todas as águas. As quentes, minhas, as da torneira, as do chuveiro, as que a janela deixa entrar. Tudo estar aberto e escorrendo. Quero o frio, pra ver se lembro como é que teu corpo aquece o meu. Quero vento frio. Quero contradição.
Deito no chão já tão molhado. Agora deixo a água me tocar, me banho em mim, me banho nela. Jogo-a para todos os lados. E eu que não quis tê-la em mim, vejo como é bom esse frio que agora percorre a espinha. O cabelo respinga, goteja. Vomito se mistura. Não suporto o meu calor. O coração bate forte. Quente.
Tiro a vassoura de trás da porta. Você não vem. Estou acostumado. Não vou chorar. Vou aproveitar. Lavar a casa. Ver se coloco Marisa Monte pra tocar. Vou chorar. Resmungar. Criticar. Mas dessa vez vou lavar a alma e curar as feridas.

Vamos sair pra ver o sol




- Mas e se for inseguro?
- Seguro a tua mão
- E se..
- E se, e se. Deixe-os de lado, vem comigo.

Então te abraço forte. Sugo teus lábios nos meus. Tenho medo. Sinto dor. Teu olhos nos meus e um sussurro leve do vento contra mim. Ainda tenho medo de caminhar, meu coração bate acelerado e a voz falta quando escuto a tua. Quero-a grava para escutar o dia todo. Agora, depois, antes de dormir, enquanto estiver dormindo. É forte, esmaga por dentro. Quero você quente entre meus braços, lábios.
Contenho-me para não correr contra você. És tão o que tanto desejei, com frases e palavras, com olhar e lábios, com toque e conforto. És meu, tão meu, que ainda não consigo acreditar que posso te abraçar e te ninar, que posso te colocar pra dormir e te acariciar enquanto planejo teu futuro e meu passado. Nosso romance.
E sinto teu perfume que parece ter sido borrifado por todos os cantos da minha casa. Desejo-te aqui. Mesmo assim sem palavras, as que você faz o favor de tomar, quero o teu sorriso, teu toque. Quero você. E tenho.
E me vejo sem palavras, querido, para continuar...

terça-feira, 22 de maio de 2012

Uma memória, Um devaneio




Promessas inevitáveis. Teus olhos que brilham, teu sorriso que amansa uma tourada inteira. Teu charme, teu ser, você. As ondas de vento batem forte contra nossos corpos que se confrontam na parede, única cumplice concreta. Sugo-te inteiramente pra mim, quero estar dentro de ti, ser teu e que sejas apenas meu. Aperto nossos corpos, quero mais. Quero sempre. Quero agora.
E logo me fazes promessas. De beijar os lábios, de juntar as escovas de dentes, de ser apenas meu. Choro já, mesmo antes de começar, por ter medo de que tudo isso seja apenas uma armadilha. Coisa de demônios travessos. Tenho medo de me quebrar inteiro. Sou precipitado, menino, você não entende, mas meu coração já acelera ao falar contigo. Os dedos tremem. Paixonite.
Quando as manhãs são frias penso em você me abraçando, quais as manhãs são quentes te imagino me levando pra tomar banho. Já tramei a nossa trama, deixei que tudo fosse consumado e agora vivo uma dor precipitada da partida. Já te vejo ir por aquela porta sem mais volta, temo por mim. Pelo coração frágil.
Mas que seja o de houver de ser. Seja meu, teu, nosso. Apenas seja. 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Stay



Contar com a pele. Com a astrologia. Com a fome e a sede. Contar com a sorte. Depois chorar, querer lugar para enfiar a cabeça. É que esqueço que não tenho sorte no amor, nos romances. Esses são todos aperitivos da vida para a minha pobre solidão que merece descanso por sobre diversas vezes. E me engano sempre. Deve ser coisa da carência que sempre atinge seu ponto máximo depois que a solidão se vai. A solidão completa, no fundo. E novamente me derrubo, rastejo. Sou fraco ao ponto de ainda acreditar nas cartas de tarô. Pobre menino. Mas e que se faça a vida, que se faça o mundo. E não esperarei mais amores e sim aperitivos, esses virão e sem dó me aliviarei nestes. 

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Em uma tarde de Domingo




Com os olhos fechados te deixo me guiar, mesmo sabendo das topadas, dos buracos, por todo o mundo. Esse teu cheiro tão meu me deixa seguro, deixa a vontade de me abrigar na curva do teu corpo enquanto você grita no silêncio ou fala pelos cotovelos descontroladamente. Queria poder me aninhar em teu colo, te provocar sorrisos, te sussurrar eu te amo. Queria o teu ser pra mim.
E durante as noites de lua cheia me reviro no colchão, queria você aqui. Agora. Pra sempre. Teu cheiro de homem forte, teus lábios e línguas dissimulados.  Pensei esses dias em oferecer meu corpo a Exu depois ver umas oferendas para Iemanjá pra ver se você vem. Pra ver se te laço em mim por tempo pouco, tempo meu. Por segundos exatos de uma eternidade. Mas é tarde demais, é inexato demais. É falso.
Então enquanto me olhas assim, advertindo as minhas ações, tenho uma vontade de te sugar para dentro do meu submundo secreto em que nós dois somos reis soberanos. Em que você será meu e então entregarei a ti o que já te pertence. Entregar-te-ei amor, querido.  Todo o meu ser.
E depois de tantas noites te solicito apenas uma de embarque por entre os bosques, sendo abençoados pelas ninfas, dançando com os caboclos, revelas pra mim o não. Peço-te que seja meu no alinhamento de marte e jupiter, seja agora. Ou nunca. Talvez esteja. Seja. Viva. Mas não.