quarta-feira, 11 de abril de 2012

Little Boy


Lembro do meu indicador assim, silenciando teus lábios enquanto meus olhos e os teus são soberanos. Pude desejar que neste mesmo momento pudéssemos selar estes lábios que tão incessavelmente teimam em querer um ao outro, mas somos tolos ainda, somos medrosos. E enquanto escuto de fundo aquela nossa canção tocar fecho os olhos e recosto minha testa em seu ombro, seus dedos são assim doados a minha cintura e podemos dançar vagarosamente no corredor vazio. A tua camisa agora é minha, o teu calor é o que me aquece enquanto a chuva banha tudo ao nosso redor e o frio natural congela muito mais que o seu coração. A dança é melancólica como nossos nós na garganta, como esse meu olhar morto. Vamos assim sendo banhados com a chuva logo que você me leva de encontro ao mar, de encontro a si. E mergulho na curva do teu pescoço para não perder teu cheiro e me sufocas em si. Então tomas as minhas mãos nas tuas, és meu. 





- Não solta a minha mão
- Eu sempre estarei segurando-a

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