domingo, 1 de abril de 2012

Diário de uma Alienígena


E enquanto o corpo se mantem inerte sobre a cama a mente vai longe, passando da casa do vizinho até Londres ou Paris. Tudo é culpa dessa vontade, dessa fome de mundo. Nada aqui parece ter cor, tudo é meio monocromático e cheio de um tédio tão importunante que até meus ouvidos podem escutar esse preto e branco. E olhe onde vim parar, nesse fim de cidade pequena onde Barely Legal e Blue jeans são músicas descomunais. Nem os gatos daqui tem aquele encanto nos olhos, no ronronado. Vejo-me aqui então perdida nesse nojo que é se embriagar pelas ruas, se jogar na calçada e depois rir pelos próximos dois dias enquanto se bebe mais um pouco – se, e somente se, não houver algo mais engraçado nos bêbados durante esses dois dias seguidos. Minha pessoa não sai da cama, é tanto desmotivo que os motivos pra levantar se tornam apenas sonhos impossíveis de se realizarem. E tudo é rotina, e nada é colorido, e tudo é pouca merda e me esconderam o penico cheio. Amém. 

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