sábado, 7 de abril de 2012

Presente-imperfeito-dos-sujeitos


“ I was waving on the train platform crying
'cause i know i'm never comin' back.”
-       Lana del Rey


Soube, minha mãe sempre me contou: “Não confie, querido”. Não sei a que ponto chegamos pra vocês, mas vejo que o fim parece estar mais próximo do que imaginávamos. Foram lindas as juras, os momentos quiçá os melhores, entretanto, chega um momento em que tudo precisa seguir. Sempre soube, por mais que seja difícil aceitar, tudo um dia vai partir. Até mesmo nós que somos um eterno conjunto, entre trancos e barrancos, entre o indefeso e a miss popular.
E enquanto olho nossos rascunhos naquele velho caderninho de capa dura e folhas amareladas, sinto o amor que se esvaio, o amor que ainda existe, mas não nos une. Lembro agora que vocês me foram apenas um motivo pra continuar aqui, olhando pra essas paredes rabiscadas, pra me demorar um pouco mais no adeus. Deram-me uma virgula e souberam bem que eu nunca saberia usar, vocês sabiam.
Foi uma pausa longa. Agora sigo, preciso crescer. Estou perdido e não estão mais aqui. Vocês se foram primeiro e nem se quer percebi. Deram-me uma virgula e me abandonaram no meio dela.
Agora parece que acabou, que precisamos seguir. Vamos fumar esse último cigarro nosso, vamos rápido, pois meu trem chegou e não suporto mais continuar nessa plataforma. Não chorem, acabou. Apenas aceitem.
Cuidem-se.



"Recordando de um todo,
fomos e somos e nunca mais.
E seremos outros.
E faremos novos amores."

(Adeus, então, adeus - Thomaz Homero)


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