E te olho nos
olhos. Fundo. Calmo. Sereno. Jogo-me dentro, profundo, no fundo dos teus olhos.
Sinto tua pele, tão anormalmente mais quente que a minha, me tocar e me
sussurrar esse amor inteiro que já gritas em um silêncio surdo. E tomo a tua
mão nas minhas, tomo o teu corpo no meu. És meu, inteiramente, não te deixo
repartir com mais ninguém. E te aperto contra meu corpo, te domo. Meu. E
novamente me passa pela mente os medos de sempre. Quase choro. Quase soluço. É
forte, é impossível de não pensar, mas logo quando você me sussurra que está
tudo bem meus devaneios se vão. Tomo teu corpo no meu e caminho.
Meu sorriso é
pouco, meu corpo ainda não reage tão bem. Sinto-me dormente. Você não entende,
querido, mas isso é tão forte que até agora parece um sonho bom que logo vai
ter fim, que logo vou acordar. Escuto as tuas músicas preferidas e tento não
chorar, tento controlar a vontade louca de te ter por perto. A saudade já é tão
forte, mesmo você tendo acabado de me beijar os lábios. Quero você aqui pra
sempre, mas isso você já me prometeu. Sabe cumprir promessas?
Você entende o
quanto ainda é estranho? Você entende que me joguei de um prédio alto de vários
andares sem pestanejar? Você entende que os outros não me fazem sorrir enquanto
volto no ônibus pensando em você, os outros não me fazem um bem, não me tiram
medos, não me sussurram eu te amo apenas com a pele quente sobre a minha. Você
entende? Você entende que vou de contra os meus princípios, contra a sociedade?
Apenas por você.
Novamente sussurro
calmo um eu te amo ao vento, para que dessa vez ele possa te entregar de forma
a impregnar as tuas entranhas. De forma a te fazer entender que me perder em ti
é desejo solido e não há outro alguém, nem mesmo ela rainha dos meus mares, que
me faça te tirar de mim.
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