segunda-feira, 19 de março de 2012

Desejo de Corpo





São sorrateiros em mim
provocados ao sentir teu ar
Construídos ao decorrer
de devaneios sem pensar

Sou eu em mim,
revivendo o futuro
e sonhando com o passado

São propostas de ilusões.
Doces, minhas, doces.



E toda vez que recosto a cabeça na janela do ônibus dou-me conta de estar pensando em ti. Provoca-me sorrisos incertos apenas quando penso nos “E se...” ou quando remonto as cenas de nós dois. Sussurro a mim mesmo palavras suas que nunca foram ditas.

Tuas provocações me vêm na mente e neste momento já não sei onde é real. Vejo teus olhos que tanto devoro, sinto teus lábios sorrirem pra mim. Provocas-me sem nem mesmo saber assim soprando este teu hálito doce.  Assim me sussurrando ao pé do ouvido todos os teus desencontros, me inundando com esses teus olhos.


Devoras. E permito-me ser assim feito. Toco-lhe a pele ardente. Dou-me conta de querer teus lábios pra mim, de desejar levar nossos corpos, que fervilham, a um paraíso inesgotável de mim. Desejo. 

Mas por fim não espero nada de ti, nem mesmo teus belos sorrisos por muito tempo. Por mais que seja permitida a ilusão, sei até onde caminhar. Por isso, guardo os meus desejos em mim e deixo-me apenas te devorar, sentindo o teu cheiro, teu gosto e tua pele. E vou assim caminhando por esses caminhos de nós, reconstruindo nossas cenas enquanto há tempo.

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