Parecia que havia chovido. Não me
recordo dessas gotas que banharam nossos corpos. O seu entre as minhas pernas,
as tuas mãos me acariciando a nuca e meus lábios semiabertos junto aos teus. E
consomes meu ar, suplico que tenhas dó. Logo sorri. Sorriso este que lhe brota
a face pra me fazer esquecer que tu me enrolas em ti e depois faz brotar flores
do meu peito. Tomo tuas mãos nas minhas e vamos caminhando. Eles gritam.
Enquanto a lua sorri, com aquele
sorriso branco e largo, te abraço e te faço correr. Roubas-me sorrisos
novamente só de me olhar assim de lado enquanto o teu cabelo chicoteia o vento.
Assim, olhando a lua. Vou dançando, suplicando aos Orixás que nos deem os
caminhos propícios. Ela, a mãe, nos banha quando as ondas batem nas muretas de
pedra. Você corre pra longe, mas me deixo ser banhado.
Vamos assim então investigando um ao
outro. Entre perguntas e rabiscos não entendo o que é isso em ti que me toma
pelo braço e faz com que meus pensamentos sejam teus por toda a noite. Deve ser
esse teu olhar que me faz sorrir, pensar, acelera meu coração e ainda me deixa
com tremedeira nas pernas. Deve ser teus lábios que apenas me sussurram, mas
mesmo assim me adoçam e queimam o corpo inteiro. Confundes.
Você vê aquele menino logo ali
tocando violão e me faz sentar pra escutar. É a nossa música que ele toca, ou a
partir daquele dia seria. Sento e te aninhas em mim. Faz-nos um embrulho e
sussurras ao meu ouvido. :
- E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira.
E lhe respondo:
- Que pra nós dois sair de casa já é se
aventurar.
"Let me give your heart a break "
Quando as canções encaixam-se
ResponderExcluir(ou somos nós que nos encaixamos nelas?)
Tudo parece ter mais sentido
Que a própria exatidão
De estarmos vivos.