Ainda sinto o teu cheiro impregnado em mim. Teu cheiro de incenso, desse teu quarto cheio de nós. A música ainda chega aos meus ouvidos e permite que todo o meu corpo se apavore diante de teus lábios. Devoras-me por inteiro, assim me olhando nos olhos e me redescobrindo com teus truques violentos em mim. Meus gemidos escapam de nossos lábios, vejo você assim homem meu. E teu vinho derramado em cada umas das curvas minhas. És homem meu, que me bebes e me come em ceia farta.
Meus dedos não te deixam escapar. Enquanto se contorces apenas com esse clima
que paira entre as nossas quatro paredes devoro a tua carne suculenta e macia. Lábios
feridos quase sangrados, com gosto de cigarro e vinho. Corpos que gotejam um
suor vagaroso, entre olhares fortes e doces beijos. Envolvidos em um só temos a
compaixão de sermos escritos nas paredes deste meu quarto quente e abarrotado
de memorias. Então somos muito mais que meras memorias, somos corpo suado e
devorado. Somos pintura cravada no concreto.
espero que tenhas razão, Homero!
ResponderExcluire oh, adoro este texto
Como não poderia ter sido menos
ResponderExcluirenvolvente do que descreves, sinto-me
enlaçada nesse romantismo secreto,
boêmio e ludibriante que foi.
Salvas-te minha noite,
com essas suculentas palavras.