quinta-feira, 1 de março de 2012

Sonho Primaveril


Mais uma primavera está indo embora e com ela o seu cheiro, o seu sabor. Olho-te nos olhos. De longe. Apenas te observo você se quer sabe. Teu perfume parece ter sido borrifado em cada esquina menino, estou sentindo ele agora mesmo. Ele me trás nostalgia, acorda as borboletas do meu estomago, me descontrola. Então vou correndo ao seu encontro. Bem que eu gostaria de não ter de te ver está noite novamente, mas preciso de teu sorriso. Este teu sorriso envergonhado.

Abraço-te. Abraço forte pra sentir o teu cheiro, pra me impregnar de ti. Mergulho em braços teus e me deixo guiar por uma expedição de volta ao tempo. Tempo precioso.

E cada vez que olho nestes teus olhos volto no tempo em uma cena preciosa. Dessa vez lembro-me de um parque, de amigos e de seu colo. Lembro de você brincando com meu cabelo, me contando qualquer besteira enquanto eu me afogava em silêncio. Engraçado, mas eu lembro que você repentinamente parou de falar. Me arrumei entre as suas pernas, te olhei e sorri. Claro, meu pedido de desculpas por silêncio não podia ser diferente do meu silêncio. Você me compreendia. Me sorria de volta. Me abraçava em si. Fazia com que os medos se fossem.

Volto pra realidade com a mesma sensação. Sinto o mundo parar. Minha respiração ofegar. Sinto os dedos dos pés apertarem dentro do tênis. O ar falta. Vertigem. Silêncio.

Vou embora sem te dizer um “Olá, tudo bem”. Sem olhar pra trás. Vou embora correndo, com medo que você chame a policia por eu te levar mais um abraço. Não queria te enamorar, nem conversar bulhufas por está noite. Nem mesmo um cigarro eu te pedi. Eu só te queria por inteiro, mas teria apenas por devaneio histérico.Volto pra cama e durmo, sem choro ou soluço. Ter-te por dois segundos era sempre o suficiente pra me aconchegar por trinta noites.

2 comentários:

  1. Desse enredo;
    Falta-me palavras.

    Apenas, O sinto.
    Pois, o compreendo.

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  2. O jogo de olhares,
    abraços e realidade...
    Jogo de primavera,
    Jogo da despedida.


    Gosto do silêncio
    que me causas.

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